quinta-feira, 28 de maio de 2015

23 set_ 40 dias

Hoje o dia foi daqueles estranhos. Na verdade, há alguns dias tudo começou a ficar mais diferente. Acho que de tanto te chamarmos de dorminhoca vc resolveu mostrar que as coisas não são bem assim... Pelo menos não durante os dias. As noites, graças a Deus, seguem muito bem, com vc curtindo seus momentos em braços de Morfeu. 

Tudo começou por volta do seu dia 20, quando as sonecas da tarde começaram a falhar, vc passou a ter mais dificuldades para dormir. Mamava, tirava um cochilo durante o arroto, colocávamos no berço e dali a uns 40 minutos vc ja estava acordando de novo. Incomodadinha. 

Conversamos com o Dr Daniel e ele disse se tratar já de um sintoma de cólica. Passou o remedinho em pó (homeopatia) e disse tbem que o Luftal era bem vindo. 3 poderosas gotinhas. Mamãe trouxe um fitoterápico dos EUA, chamado Gripe Water, que ele recomendou tbem o uso. Bem, dai começou a maratona do fazer vc tomar o remédio. 

Primeiro foi o gringo, que era liquido, a ser tomado via conta-gotas. Uma tragédia. Era so colocar na sua boca pra vc cuspir tudo. A carinha que vc faz é das mais lindas do mundo. Um biquinho fofo e uma olhar sapeca de quem sabe bem o que esta fazendo. Mas mesmo com a reação mais linda do mundo, remédio que é bom... Nada. 

Depois veio o em pó. A idéia é molhar a ponta do dedo (ja que vc nao usa chupeta) em água filtrada, depois no pozinho e então colocar na boca. Vc dava ânsia e também cuspia tudo. Ufa...!!!

Mas, até então não havia existido uma situação onde fosse realmente necessário o uso. Vc tinha apenas ranhetado com um incomodo chatinho mas nada de mais. Mamãe buscava o remédio mais como preventivo. 

Até o dia 12 set, véspera do seu Níver de 1 mês (dia em que as priminhas Tatá e Amanda chegaram para te visitar), quando vc teve a primeira tarde de choro claro de cólica. Chorava com força,  mexia as perninhas... Tia Solange e vovó Luzia que estavam em casa  disseram que não era cólica pois o choro, quando por esse motivo, era bem mais forte e persistente (nao pára por nada). Mas mamãe conhece essa pequena e sabia que, sim, era cólica.  Tentativas fracassadas de dar o remédio, e vc só se acalmou porque teve os colos mágicos das primas, onde vc capotou por horas. 

Dia do seu aniversario. Fomos todos para o Parque Lage  e de lá pra casa. A tarde, novamente o bicho pegou. Neste dia, uma cena que ficou bem marcada: Tatá conversou com vc e explicou a importância de tomar o remedinho, única maneira de tentarmos melhorar seu incomodo. Como por um milagre, vc começou a abrir a boquinha e aceitar o remédio sem reclamar, até pedia mais... Uma coisa!!! Ah priminha que tem o papo certo! O resultado veio e vc ficou melhor. Finalmente. 

Dia 17, nova consulta com Dr Daniel e ele reforçou que sim, é mesmo sintoma de cólica tudo isso que falamos. Desde a falta do dormir até o choro gritado. Ah, Stephanie, que pena que vc não estava certa. Seria tudo tão mais fácil. 

Dia seguinte, tio Rogério veio nos visitar a tarde. E foi o pior dia até então. Vc ficou praticamente o dia todo malzinha. Chorou bastante, de perder o fôlego e a voz (ficava rouquinha). Não dormia e nenhum remédio fazia efeito. 

Na sexta,  mamãe começou a te dar o remédio gringo novamente, agora do jeito que Dr Daniel ensinou pra vc nao cuspir (colocar no fundo da boca porém ao lado, na parte interior da bochecha. Se for no centro, vc cospe mesmo) e a cada mamada.  Ou seja, 5 vezes no dia. Além disso, comecei a fazer massagem na sua barriguinha. Também a cada pit stop. Vc ficou super bem. Cólica foi embora e começou até a dormir novamente a tarde. 

Mas como na vida de bebê, uma solução apenas antecede uma outra novidade, o cocô parou de vir e vc parou de abrir a boca pro remédio. 

No sábado (dia 20 set) foi o dia do primeiro grande susto. Fomos dar o remédio. Eu segurava vc e papai colocava o conta-gotas. Mas, como vc so abria a boca chorando, na hora que esguichamos o remédio, vc respirou no mesmo instante. Resultado? Um engasgo. E dos grandes. Ficamos muito nervosos. Vc demorou a "voltar". E quando isso aconteceu estava molinha, inerte... E logo dormiu, sem nem pensar em mamar. Ja tínhamos planejado uma saída (íamos te levar pela primeira vez à Lagoa) e assim foi. Com vc dormindo entramos no carro e seguimos. No meio do caminho, vc começou a vomitar. Muito. Se molhou toda, a cadeirinha... E novamente, vc estava muito molinha. Sabe Deus como conseguimos parar o carro (entramos no estacionamento da Sao José), te limpamos, vestimos nova roupa e tentamos te deixar mais animadinha. Bem, a essa hora, nada mais de Lagoa e com o coração apertadinho voltamos pra casa, onde ficamos velando cada movimento seu, cada reação. Mas graças a Deus vc estava ótima e, nessa noite, dormiu 10 horas seguidas. 

O domingo acordou chuvoso e acabou com novos planos de passeio. A rotina estava tranqüila até que o que não podia voltou a acontecer: um NOVO engasgo provocado pelo MESMO remédio, numa MESMA falha nossa ao dar a você. Pegamos um momento de choro e vc inspirou enquanto esguichávamos o remédio. Pode??? Pois é, nao pode. Mas aconteceu. O resto foi quase a mesma coisa que o dia anterior, com exceção do vômito.  Fiquei o tempo todo com vc no meu colo, em pezinha, pra garantir que nada acontecesse. Deu certo. 

No dia seguinte, abolimos o remédio. Não conseguimos dar, então não vamos mais passar por este susto. O medo é da cólica voltar. Não voltou. Vc passou o dia meio enjoadinha, provavelmente pelo cocô que deixou de vir desde sexta, mas soltou vários puns e por isso não teve cólica. Aí chegou a Terça...

Vc amanheceu muito bem. Nunca esteve tão sorridente. Feliz mesmo. Curtindo cada brincadeira, cada conversa. Arrasou no banho... Tudo mais do que certo. Até umas 2 da tarde. Deste horário em diante vc não só não dormiu mais, como ficou chorosa. Não passava mais do que 20 min sem chorar... E aqui vem a razão de escrever este post deste jeitinho tão detalhado. Acho importante te contar que as vezes "o bicho pega". E hoje foi o dia que pegou mesmo. O dia em que a mamãe chorou por nao saber o que fazer, por te ver mal e nao ter o poder de fazer tudo passar. Tentei de tudo: massagem, musica, colinho, historia, peito, orações... Tudo. Vc so chorava. Ate que teve uma hora que entendi o que dizem, as vezes simplesmente nao é um bom dia. E hoje, o seu não foi. Consequentemente, o meu também não. Dói demais te ver chorando e não ter o que fazer. Mas o choro também ensina. Por isso, temos que aprender a não só aceitá-lo, como dar o devido valor. E o que eu posso te dizer em relação a isso? Vai passar, meu bebê. Um novo dia surge, junto com o Solzinho, e tudo fica diferente.

Ah, e mais uma coisa a dizer: estarei sempre com vc. Nos momentos ensolarados ou com nuvens pesadas de chuva. 

Te amo!!! Bjs da mamãe em obras (se moldando dia após a dia para ser sempre melhor) 







terça-feira, 11 de novembro de 2014

E você está aqui...



Hoje é 11 nov. Daqui a 2 dias vc faz 3 meses. Nao é dia de comemoração de mês. Nao aconteceu nada de extraordinário no dia. Nenhuma descoberta, ou novidade... Pelo contrario, foi um dia bem normal, ate com um certo enjôozinho seu. Mas agora, nesse segundo, com vc no meu colo enquanto pegava no sono, vivi um daqueles incríveis momentos em que o obvio se torna descoberta, em que o simples vira memorável. Me dei conta de que VOCÊ está aqui. 
Você, que nem no meu sonho mais perfeito era tão perfeita. 
Você, por quem esperei a vida inteira e mesmo assim consegue ser alguém tão inesperado, tão inesperadamente incrível. 
Você, que redefiniu cada um dos dias que vivi e que ainda estão por vir. 
Simplesmente você. 
No meu colo, tivemos uma profunda troca de olhares que durou maravilhosos 10 minutos.   Nada mais existia. So eu mergulhada no seu olhar, e vc no meu. Isso me marcará pra sempre, tenho certeza. E tenho um pedido a te fazer: aconteça o que acontecer, em sua deliciosa vida que está so começando, minha pequena Alice, não deixe nunca de olhar. Se permita olhar. Por inteiro. Com verdade. É raro, é puro, é incrível!!
Hoje te amo um tiquinho a mais. Se é que isso é possível. 
Um beijinho na ponta do seu nariz, mamãe
Obs: a música que estávamos ouvindo juntas era No Surprises, do Radiohead. Caso queira saber. :)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

13 ago_ E então você chegou

13. 13 de agosto. Este é o SEU dia. Finalmente, temos a tão aguardada data. A data em que vc chegou. Na sua hora, no seu tempo... como combinamos. 

E este dia, que é tão seu, passa agora, a partir do minuto exato do seu nascimento (1:57 da madrugada), a ser também o MEU dia. O dia em que tudo se redefiniu, se requalificou. A vida, o tempo, o que eu sou, penso ou sinto... Tudo é novo, tudo renasceu junto com vc, minha pequena Alice. 

E esse capitulo final, dessa historia tão linda que foi gestar você, começou as 5 da tarde do dia 12 ago, quando as cólicas, presentes desde as 5:20 da manhã, evoluíram para contrações. 

Mamãe colocou em prática tudo o que aprendeu nos últimos meses: quicou e rebolou na bola de Pilates, buscou a posição de maior conforto por mais esdrúxula que fosse, foi pra debaixo do chuveiro quando a intensidade da dor começou a ficar maior, sempre fazendo a respiração da vela... Tudinho. Contração é uma coisa assim, a barriga fica dura ao mesmo tempo que uma dor de cólica vem. É bem forte e dói bastante. Mas é rápido, dura no máximo 1 minuto. E, entre as contrações não há dor. Então, acabou sendo algo bem mais tolerável que o imaginado (siga lendo e veja que nao é tão simples assim. Hehe).  Mamãe ficou bem mais tranqüila do que todos previam. Enquanto o papai, mais ansioso, marcava o tempo das contrações. Precisávamos acompanhar tudinho em busca do famoso cenário de contração a cada 5 min por um mínimo de 1 hora, o que configura o trabalho de parto. 

As 19h, mamãe no chuveiro... Percebemos que as contrações atingiram a meta esperada. Um pequeno sangramento também tinha acontecido. Nada demais. Apenas suficiente para sujar a calcinha. Ligamos para o Dr Marcelo que nos orientou a aguardar um novo telefonema dele para que então fôssemos para a maternidade. Em breve ele já retornou dizendo ter feito a reserva necessária. Então partimos para a Perinatal Laranjeiras. 

Pegamos as 4 malas, mochila, caixa de lembrancinhas, sacão com almofada Piton, manta porta-bebe, som pra sala de parto (preparamos o som para que pudesse tocar, na hora do seu nascimento, as músicas que botamos para vc ouvir na gravidez - Love me Tender e Can't Help Falling In Love With You), documentos, exames, livro-recado... Ufa!!! E partimos pra Perinatal. 

No percurso, as contrações marcavam crescente presença. Ao chegar lá, já nao dava mais pra esconder que, sim, estava em trabalho de parto. 

Conseguimos um upgrade e acabamos indo pra uma suite, pois a maternidade estava lotada. Sem nenhum acréscimo a ser pago por nós. Soubemos também que a sala de parto humanizado estava disponível. E o time da Cell Preserve, que faria a coleta de sangue do seu umbigo para armazenagem das células tronco, ja estava por lá. Ou seja, tudo caminhando perfeitamente bem pra sua chegada.  

Dr Marcelo chegou as 22h. Ele examinou a mamãe e viu que ja estávamos com 3 cm de dilatação. Tudo caminhando bem. Logo chegou o Dr Andre, anestesista, e conversamos sobre a analgesia, que eu queria tomar logo pra não entrar em um quadro de dor. "Ok, vamos pedir já a liberação do centro cirúrgico porque você precisa estar lá pra aplicação do cateter". Liguei pra Dr Carmen, sua pediatra, que ja estava a caminho. Neste momento, Dr Marcelo explicou que as contrações estavam ok mas que poderiam ficar ainda mais regulares, o que ajudaria o processo do parto. Então, sugeriu um soro com ocitocina, para que isso acontecesse mais rapidamente. Este  é o hormônio das contrações, usado nas induções ao parto. Topamos. Afinal, ajudaria o processo. 

Filha, aqui foi o período complicado. Por 20 minutos, que pareceram 20 horas, senti muita, muita dor. Ali entendi o que vem a ser a famosa "dor do parto" que, honestamente, parecia mais com nó nas tripas. Que loucura!! Mamãe acordou a maternidade inteira com seus berros. É tanta dor, que a cabeça se perde. Não me lembro do percurso até o centro cirúrgico, de mudar da cama pra maca... Nada. Uma maluquice!!

Chegando na sala de pré parto, Dr Marcelo ficou chocado com o quanto, em tão pouco tempo, o quadro tinha evoluído pra eu estar com aquela dor. Ele é mesmo muito, muito bacana, filha. Confortou a mamãe (praticamente me colocou no colo) e explicou que tudo estava pronto. Eu receberia já o analgésico. "Na próxima contração vc sentirá a mesma dor, na segunda, menos. E a terceira, já não será sentida".  E assim, graças à Nossa Senhora da Anestesia, foi. Em pouco tempo já estava super tranqüila, conversando relaxadamente com todo mundo, enquanto acompanhávamos, pelo endurecimento da barriga e pelo monitor que colocaram na mamãe, a evolução das contrações.  

As 23:30, novo exame. Dessa vez, estávamos ja com 9,5 cm de dilatação (o máximo é 10). Ou seja, foi um processo muito, muito rápido. Em 1h30, dilatamos  6,5 cm. Por isso aquela dor tão intensa. Mas, depois da analgesia tudo estava ótimo. Clima bom lá na sala, energia leve, tudo correndo muito bem. Vez ou outra mamãe fazia uma força, pra ajudar na sua descida... E assim seguimos. Alias, bom momento para registrar aqui a equipe médica excelente, que tanto nos ajudou e fez desse momento algo ainda mais memorável: Dr Marcelo Trindade Menezes (Obstetra), Dr Plinio (auxiliar), Dr Andre (anestesista) e Dra  Carmem (pediatra de sala de parto). 

À meia noite e meia, com tudo ja bem encaminhado, Dr Marcelo sugeriu irmos pro Centro Cirúrgico. Estava chegando a hora de vc nascer. O dia 12 ja havia passado, vc seria mesmo uma menininha do dia 13, pra felicidade do vovô Amaro (a mamãe dele, vó Yvette, era desse mesmo dia). 

A famosa fase da expulsão, que é quando toda a dilatação aconteceu e o bebê então tem toda condição de sair, costuma ser bem rápida. Mas nao foi o que aconteceu. A cada força que a mamãe fazia, sua cabecinha aparecia. Porém, ao invés de sair, você era novamente puxada pra dentro. Isso se estendeu por 1hora e meia. Então, Dr Marcelo viu que uma ajuda seria necessária. Ele precisou fazer um fórceps de alívio. Foi quando ele viu que vc estava com uma circular de cordão. Ou seja, o cordão umbilical estava em volta do seu pescocinho. E bem apertado. Por isso vc nao vinha. Ao soltar, tudo deu certo e vc pôde nascer. 

Mas, antes disso, aconteceu um momento mágico, que a mamãe quer muito de contar. 

Ouvimos Dr Marcelo dizer que precisaria nos dar uma ajuda. Estávamos então nos preparando pra isso, entendendo o que essa ajuda significava... E, de repente, senti uma emoção muito, muito forte, filha. Algo que imediatamente me fez começar a chorar. Papai perguntou o que era. O pessoal ficou até um pouco preocupado. Mas o motivo daquela emoção tão, tão intensa foi que eu soube, com uma certeza inabalável, que vc, de verdade, estava vindo. Naquele minuto. Eu apenas consegui dizer "ela está vindo. Agora". Dr Marcelo apenas disse "é? Então vamos nessa, pessoal". E, instantes depois, senti vc saindo. Tudo muito rápido. Vc saiu, ja estava nos braços da Dra Carmem que te colocou deitada na minha barriga. Vc foi limpa e examinada pela primeira vez ja no meu colo. Papai cortou seu cordão umbilical também ali. E foi então, naquela fração de segundo que durou a infinidade de todos os tempos, que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez. E foi esse olhar que fez congelar o momento, que redefiniu o desenho da minha vida e resignificou o que já foi e o que está por vir. 

Olhei pro homem ao meu lado, aquele que escolhi para ser meu companheiro de vida, e também vi uma nova pessoa. De agora em diante e acima de tudo, ele seria o papai da minha pequena Alice. E eu não poderia amá-lo mais. Somos 3 mas somos o mundo. Ali nasceu a família que tanto sonhamos. E que desde já amo com tudo que eu sou. 

Enquanto tudo isso passava na minha cabeça, no meu coração... Vc estava ali, no meu peito, ja sugando com vontade e sem desgrudar os olhinhos dos meus. 

Logo, precisaram te levar pro berçário. Vc foi com a Dra Carmem e com o papai para pesagem, medição e aplicação da vitamina K. Enquanto isso, mamãe lidava com uns pontos e uma placenta chatinha que não queria sair. Mas nada do que acontecia ali me fazia algum sentido. Minha cabeça já não mais me pertencia ou sequer estava ali comigo. Estava longe... na verdade, em vc. Como eu sei que será a cada minuto das nossas vidas  a partir de agora. 

Passado isso tudo, esse furacão de emoção que foi o seu chegar, o que posso dizer? Seja feliz, minha pequena princesa. Siga seu caminho e confie sempre no amor. É so isso que a gente precisa. Este é o maior desejo dessa que o Papai do Céu, num momento de muita bondade, deu a honra de ser escolhida pra ser sua mamãe. Conte sempre comigo!











quarta-feira, 20 de agosto de 2014

12 Ago_ Níver da vovó Luzia e a grande expectativa



Oi filha, hoje, 12 Ago é aniversario da vovó Luzia. O dia chegou marcado por muita expectativa. No famoso bolão de apostas, muita gente colocou suas fichas nessa data, dizendo que vc virá hoje para poder homenagear a vovó e ter o seu dia compartilhado com ela. E fica a questão: "será???"  

Bom, se estão certos ou não eu não sei. Mas algo "estranho" marcou o inicio deste dia. Desde as 5:20 da manhã, mamãe vem sentindo uma cólica. Não sei ao certo que "cara" tem uma contração. Afinal, nunca senti. Mas, se é algo que dói loucamente então posso fizer que nao, nao estou com contrações. Mas, acredito ser um primeiro sinal pois existe uma freqüência neste ir e vir da cólica. Por via das duvidas, papai nao foi trabalhar, pra ficar de prontidão, e fomos então curtir o dia da vovó. Até pra distrair a cabeça e relaxarmos, e assim a natureza poder agir. 

O dia começou com um café da manha no Senhor Ca (Calvin, como gostamos de dizer), uma cafeteria delicia que fica perto de casa. Depois, fui levar vovó ao salão. Unha e cabelo pra ela se sentir ainda melhor, mais bonita. De lá, andamos um tanto pra pegar o bolo do parabéns de logo mais e fomos pra casa após uma boa caminhada. E a cólica presente. 

A tarde, cantamos parabéns e então, por volta de 5 da tarde, as contrações começaram. Ainda tímidas, mas ja dava pra saber que eram de fato contrações. Avisamos o Dr Marcelo, que nos pediu para monitorarmos tudinho. So consideramos trabalho de parto ativo quando as contrações acontecem num intervalo de 5 minutos e isso se repete por um período mínimo de 1 hora. Bem, ainda nao há este cenário. Há um intervalo bem irregular ainda. Então, o jeito é esperar. Vc está a caminho, filha. Que emoção. Que ansiedade! Mas ainda nao sabemos se virá mesmo no dia 12. 

Mas, sendo antes ou depois da meia noite, vc ja marcou pra sempre o Níver da vovó. A partir de agora, lembraremos a cada ano que vc começou a dar os sinais de chegada no dia 12 Ago. E sempre será revestido dessa mesma alegria. Dessa emoção e enorme felicidade... Venha, Alice!!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

10 Ago_ Dia dos Pais



Oi, pequena...

Houve um dia laaaaa atras, em Maio, que eu te falei sobre o Dia das Mães. Lembra? Bem, quando chega Agosto, é a vez do Dia dos Pais, que todo ano é comemorado no segundo domingo do mês. Neste ano, caiu hoje, dia 10 Ago. E, claro, não poderia passar em branco, né? 

Eu e papai imaginávamos que quando este dia chegasse você já estaria aqui, do lado de fora. Isso não aconteceu. Mas, independente disso, você já SUPER faz parte de nossas vidas. Redefinindo os papeis que representamos, constituindo este núcleo pequenino mas já tão forte que é a nossa família. Então, hoje é dia de celebrar este paizão incrível que você fez surgir. 

Ja te falei algumas vezes, pequena Alice, mas repito quantas vezes for possível: que sorte você tem por vir ao mundo tendo um homem assim ao seu ladinho, pra vc poder chamar de papai. 

Sei que vc vai ter toda a chance de desvenda-lo, conhece-lo melhor a cada dia. Mas queria te contar um pouco, adiantar algumas coisinhas sobre quem é esse Leo, o papai Leo. 

Um homem de lealdade, honestidade e caráter irrepreensíveis. Não é daqueles que pregam o bem, ele o pratica. Em grandes gestos ou pequeninos. Capaz de achar um documento perdido, no meio de um show, e revirar a internet em busca do dono para descobrir o endereço e devolver o que achou. Amigo paciente e próximo. Trabalhador apaixonado. Ama muito a profissão que escolheu (o papai cuida dos dentes das pessoas, isso se chama "dentista") e não  mede esforços para fazer o melhor, sempre. Tem uma inteligência muito acima da media. De verdade. E com isso vem um senso de humor incrível. Todos morrem de rir com ele, só a mamãe que as vezes implica. Mulher é bicho chato mesmo. Hehe. Tem a música como o grande fio condutor da vida, a linha mestra. Sem ouvir ou fazer "um som" a vida fica um tanto sem cor, sem graça. E começa até a dar um comichão nele. Você vai perceber...

E esse homem, tão único, tão especial resolveu escolher a mamãe. Olha que maravilha! Que presente do Papai do Céu! O curioso foi que desde sempre, do momento mais inicial de nossa historia, ele nunca teve dúvidas. Ele dizia "é você que eu quero. Você é a mulher da minha vida". Assim mesmo. Com uma firmeza, uma certeza que até assustavam. Mamãe, que já tinha passado por poucas e boas nessa vida, tinha muito medo de acreditar e se desiludir. Mas, ele nunca, nunca desistiu ou mudou esse discurso. Ele me ensinou o que é a serenidade do amor. Ele me mostra, a cada dia, que amar é muito simples. Basta querer e cuidar. 

E onde entra você nisso tudo? Bem, só entendendo um pouco do que é, quem é esse homem, é possível entender o significado do que direi agora. 

A decisão de ter um filho é uma decisão muito importante para um casal, filha. Bem, pelo menos deveria ser. Afinal, é um passo para toda a vida. E a mamãe sempre pensou assim... Na importância de ser uma escolha conjunta, consciente. Pois bem, um belo de um dia, mamãe se deu conta que havia chegado a hora. Que ela estava mesmo pronta pra este passo, pra receber um bebê e tudo o que esta decisão representaria. Mas, precisava conversar e saber o que o papai achava disso. Ele também estaria pronto? E foi assim, com um tantinho de receio, um friozinho na barriga... Que mamãe provocou o assunto. Cheia de dedos e rodeios, nada objetiva... E o seu pai? Bem, ele virou pra mim e com toooda calma disse "ei, é isso que estou entendendo? Vc quer mesmo um bebê?". Respondi: "sim. É isso que eu quero. Mas, e vc, o que acha disso?". Ele: "gatinha, sempre disse que estamos juntos. Se chegou a hora pra vc, chegou pra mim. Não é pra isso que estamos aqui, pra construirmos juntos?". E assim, desse jeitinho, com toda a simplicidade que só um amor puro e verdadeiro é capaz de ter, abrimos a portinha do céu para que você pudesse se preparar pra vir. 

E de lá pra cá, em todos estes 9 meses de espera, ele sempre foi essa pessoa. Paciente, parceiro, amigo, presente... As vezes um pouco sem graça com o novo papel, mas sempre disposto a se abrir, a viver o que a vida estava trazendo de presente. Um pai verdadeiro. Que está muito feliz e ansioso com sua vinda, filha. 

Então, hoje, precisávamos mostrar pra ele um tiquinho de nosso reconhecimento, de nosso amor por tudo que ele é e vem se tornando. Assim, mamãe te ajudou e compramos um presentinho bem do jeito que ele gosta (uma câmera fotográfica Lomo olho de peixe), que veio com certificado de melhor pai do mundo, feito por você. Mas ele não é mesmo? Fomos tomar um café da manha lá no Larque Lage... Um dia muito especial. 

E o dia acabou, a noite chegou com sua super e linda lua cheia (a maior do ano) e novamente você nao chegou. Mas, peraí, vc já nao está aqui? :)


domingo, 10 de agosto de 2014

8 Ago_ Apostas

Minha bebê, minha serena e paciente bebê...

O tempo passa... E, olha, posso lhe dizer que mamãe, que não tem toda sua paciência, está empenhada em lidar da melhor maneira do mundo com toda essa expectativa. Mas sabe uma coisa difícil? Lidar com a ansiedade de todos os outros que nos cercam. Entenda, ninguém faz isso por mal. Imagina... É, na verdade, muito, muito amor, muita vontade de conhecer você, de estar com você... Sabemos disso tudo e ficamos muito felizes. De verdade. O problema é que já não é fácil lidar com a expectativa natural que estou sentindo. Infelizmente, ansiedade é um bichinho conhecido e com o qual nunca soube muito bem como lidar, sabe? Agora imagine se a cada instante alguém perguntar "e então, nasceu? Qual a previsão? Estou ansiosa (o)".  Ufa... Tudo fica beeeem mais difícil. 

"Ah, ela vem dia 7. Pra mostrar que cumpre o que foi programado". "Dia 08 do 08. Uma data numerológica. Ela não  perderá isso". "A lua vira de 09 pra 10. A maior lua cheia do ano. Ela nascerá dia 10". "Dia 10 ainda é dia dos pais. Pronto,  será neste dia". "Dia 11. Dia se Santa Clara". "12 Ago. Pra comemorar com a vó Luzia". "13 Ago. Junto com o aniversario da vó Ivete"...

Bem, filha, acho que vc nascerá um pouco por dia. Hehehe. Mas a data certa? Isso ninguém acerta. Ate o prognóstico da sua mamãe foi furado. Lembra aquela história de que vc nasceria na noite do dia 8, só por que o dr. Marcelo estaria ausente? Pois é, não rolou. Ja esta chegando o dia 9 e sem sinal. E olha que a dor na lombar está tão forte que cheguei a pensar que fosse algum indicativo. Mas, acho que é apenas resultado do quanto andei hoje. Pois é... Minha parte estou fazendo. Tudo o que dizem que ajuda a estimular o parto... To dentro. Caminhar, subir e descer escadas, fazer agachamento, quicar sentada na bola, rebolar na bola, faxina, forçar o períneo, ducha quente nas costas... Tudo! 

De novo, a questão aqui é mesmo aprender a lidar com a paciência e senso  de controle. Ja esta na hora de aprender, né, mamãe?

Enquanto isso, vc segue "quebrando a banca" e mostrando que as apostas estão todas furadas. Quando ninguém estiver esperando... Este será o momento. O SEU momento. 

Venha, Alice. No dia que for, na hora que for. Apenas venha. Com saúde, sem medo. Estamos prontos pra vc. 

Com muito amor, mamãe. 


6 ago_Nova cardiotocografia

Hoje fomos repetir o exame da cardiotocografia basal. Dr Marcelo queria ter certeza de que vc está mesmo muito bem, sem sinal de um possível sofrimento fetal. 

Então novamente fomos lá, para ouvir por meia hora o seu coraçãozinho animado. Que delicia! Que emoção!! Confesso que vou sentir saudade disso. Tão gostoso...

E a melhor coisa? Tudo ÓTIMO com vc. Assim fica mais tranqüila a espera. 

Beijos grandes.